A pressão por mudanças no Flamengo é enorme. Depois de mais uma derrota na Libertadores, quarta à noite, para o Emelec, torcedores foram recepcionar a delegação rubro-negra na volta ao Rio com ovos e insultos. A insatisfação abrange jogadores, diretoria e comissão técnica, mas a cabeça a prêmio mais iminente é a do técnico Joel Santana. Sua continuidade no cargo vai depender da classificação no Carioca e na competição continental.
No desembarque no aeroporto Tom Jobim, na manhã desta quinta, a comitiva do Fla evitou o confronto com o grupo de torcedores ao sair pelo setor de embarque. O que não pode ser escondido é a incapacidade rubro-negra de manter os resultados que lhe são favoráveis. Foram quatro partidas em que o Flamengo esteve à frente no marcador, em três delas cedeu o empate ou a virada.
Na opinião de alguns cartolas do clube e da torcida, grande parte culpa da postura defensiva que o time assume ao tomar a liderança na partida. Uma característica de Joel. A diretoria diz que só vai tomar uma decisão após o desfecho dos dois campeonatos em disputa.
'Estou cansado, de cabeça quente. Não se toma uma decisão dessa forma. Nenhuma medida com relação ao treinador será tomada antes do fim da participação do Flamengo na Libertadores e no Carioca', garantiu Paulo César Coutinho, vice-presidente de futebol.
'Não vou falar disso (demissão). Tem que falar com a presidente do clube (Patricia Amorim). Eu me sinto à vontade, para mim não tem problema. Tem que ligar para a presidente e perguntar', disse Joel, ainda no Equador.
A fervura pode atingir o ponto de ebulição no domingo, no clássico com o Vasco, pela Taça Rio, segundo turno do Carioca. Apesar de ter boa situação para chegar às semifinais, uma derrota para o rival, que deve jogar com time misto, deixaria o clima insuportável.
Apenas os não relacionados para a viagem a Guayaquil treinaram nesta quinta, no Ninho do Urubu. Os demais jogadores se apresentaram à noite para a concentração antecipada para o clássico.
Na Libertadores, o Flamengo só volta a campo na quinta-feira, dia 12, e precisa vencer o Lanús, no Engenhão, e torcer por empate entre Olimpia e Emelec, no Paraguai, para avançar às oitavas.
O capitão do Chelsea, John Terry, revelou nesta quinta-feira que está com duas costelas fraturadas desde a partida de ida das quartas de final da Liga dos Campeões, há pouco mais de uma semana, em Portugal. Desde então, ele atuou tanto contra o Aston Villa, sábado, pelo Campeonato Inglês, como nesta quarta-feira, novamente diante do Benfica, no jogo de volta da Liga.
Terry, porém, não conseguiu completar o jogo que deu ao Chelsea a classificação às semifinais da Liga dos Campeões. Ele deixou o campo com 15 minutos do segundo tempo, por ter muitas dores para respirar. O defensor, porém, garante que pretende seguir com o time e ajudá-lo a bater o Barcelona.
"Quando você começa a ter problemas nas costelas, você não pode fazer nada a respeito, pode apenas tratá-lo. Você tem que esperar curar, mas definitivamente posso conseguir isso jogando", disse o capitão do Chelsea.
"Eu pensei que estivesse tudo bem, mas, mais tarde, no segundo tempo, tudo parecia estar piorando e eu lutava para respirar. Foi difícil, nunca me senti assim antes", lembrou Terry, falando do jogo desta quarta-feira, vencido por 2 a 1 pelo Chelsea, em Stanford Bridge.
Com relação ao confronto contra o Barcelona, que vai valer a um dos dois a classificação para a final da Liga dos Campeões, Terry se mostrou otimista com seu time. "É uma conquista muito boa chegar na nossa sexta semifinal em nove ano, mas queremos ir mais além. É claro que será difícil contra o Barcelona, mas estamos jogando bem", avaliou o jogador.
O Emelec conseguiu uma vitória heroica. E a vítima foi o Flamengo. O time equatoriano esteve duas vezes atrás no placar, mas conseguiu a virada definitiva aos 46 minutos do segundo tempo, com um gol de pênalti, fazendo 3 a 2 sobre os rubro-negros
Aconteceu o que a torcida do Flamengo não queria. Diante de um limitado Emelec, o Flamengo esteve duas vezes na frente do marcador e viu a chance de chegar à próxima fase da Copa Santander Libertadores, praticamente se esgotarem. Inaceitável, para o rubro-negros. Derrota para o Emelec por 3 a 2.
Com cinco pontos, em cinco jogos, o Flamengo agora é o lanterna do Grupo 2 e só um milagre classifica à próxima fase. A conta não é simples. É preciso vencer o Lanús, em casa e torcer por empate entre Olímpia e Emelec, no Paraguai. Caso haja um vencedor neste jogo, o Fla está fora. Era tudo o que os flamenguistas não esperavam.
FLA APROVEITA ESPAÇOS E VIRA EM VANTAGEM
A partida começou com o Flamengo nervoso, vendo o Emelec tomar conta das ações. Logo no primeiro ataque, os equatorianos quase abriram o marcador em chute cruzado de Figueroa, que Marlon de Jesus não aproveitou. Com o Emelec melhor, o Fla resolveu apostar nos contra-ataques e foi recompensado aos sete minutos. Após jogada em velocidade, Deivid serviu Léo Moura que bateu forte. A bola desviou em Morante e encobriu o goleiro Dreer. Festa vermelha e pretza em Guayaquil.
O gol deu tranquilidade para o Flamengo tocar a bola e esperar o Emelec, no campo de defesa. A baixa qualidade técnica do rival, facilitou o jogo rubro-negro, já que o time equatoriano só assustava em lançamentos para área. Aos 15 minutos, um susto. Achilier deixou o braço na nuca de Vágner Love, que caiu e deixou o campo de maca, mas retornou dois minutos depois.
Após cozinhar o jogo, o Emelec voltou a atacar. Pressionando, o gol virou uma questão de tempo. Felipe salvou uma chance de Gaibor, mas após o escanteio cobrado por Gímenez, nada pôde fazer. Figueroa subiu no meio de dois marcadores e mandou de cabeça, aos 33 minutos, deixando a torcida equatoriana em polvorosa. Na sequência, o Emelec continuou pressionando e o Flamengo se defendendo.
Mesmo recuado, o Rubro-Negro continuou aproveitando os espaços deixados pelo Emelec e o talento fez a diferença. Ronaldinho deu belo passe para Junior Cesar, que na linha de fundo, encontrou Deivid sozinho, para empurrar de cabeça, sem chances para Dreer. O Emelec ainda tentou o empate, mas o jogo foi para o intervalo com a vitória parcial do Fla.
FUTEBOL RUIM E VIRADA NO FIM: O SONHO PRATICAMENTE ACABOU
As duas equipes voltaram para a segunda etapa sem alterações e a distribuição da partida seguiu igual. O Emelec tentando pressionar e o Flamengo procurando espaços - que não eram poucos - para contra-atacar. Uma garoa fininha começou a castigar a cidade de Guayaquil e o campo do George Capwell, que não era dos melhores, ficou escorregadio.
Mesmo assim, os equatorianos seguiram com maior posse de bola e o Flamengo levando perigo em jogadas de velocidades. Aos cinco minutos, Ronaldinho cobrou falta da entrada da área, que levou muito perigo ao gol de Dreer. O Emelec respondeu em chute de Valencia, que tirou tinta da trave de Felipe.
O Emelec continuou avançando, mas esbarrando na deficiência técnica e o Fla abusando de perder chances. Vágner Love, aos 18, não conseguiu dominar lançamento de Muralha. Com menos de 20 minutos da segunda etapa, o Emelec já havia feito as três alterações, para tentar jogar o Flamengo para trás. Sentindo o perigo, Joel mexeu na equipe e colocou o zagueiro Gustavo, na vaga de Deivid, mudando a forma do Rubro-Negro jogar.
Encuralado, o Flamengo viu os equatorianos pressionarem e esbarrarem nos próprios erros. Aos 29 minutos foi o Fla quem pressionou. Léo Moura fez ótima jogada pela direita e rolou para Muralha. O volante cruzou e Vágner Love, sozinho, mandou por cima do gol, perdendo a chance de matar a partida.
A chance perdida quase custou caro para o Flamengo. O Emelec segui pressionando e viu o empate de perto. Após cruzamento de Mena, Figueroa subiu mais do que Junior Cesar e empatou. O que estava ruim ficou ainda pior. Aos 42, Mena invadiu a área e foi derrubado por Willians. Pênalti para o Emelec, desespero para os flamenguistas.
Gaibor cobrou dois minutos depois, Felipe tocou na bola, mas ela morreu no fundo do gol. Os equatorianos viraram. Seguem vivos na Libertadores. Para se classificar, basta vencer, fora de casa, o Olímpia (PAR). Para o Flamengo, o sonho parece ter acabado. Só um milagre no Engenhão, classifica. É preciso rezar. Ou se focar na Taça Rio, para o primeiro semestre não acabar em desgosto.
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